Durante a pandemia, trabalhei como enfermeira assistencial e sou muito grata por isso. Além disso, estive presente como docente e pesquisadora. Foram diversos desafios, inclusive pessoais, por ter pais de idade e com comorbidades. Eu tinha medo de voltar para casa, de me alimentar e usar o banheiro da minha própria casa. No entanto, mesmo com esse medo, eu tive estas mesmas pessoas orgulhosas por eu estar capacitada para atuar na linha de frente, em pacientes internados em UTI com suspeita ou confirmados com COVID-19, e isso sempre me motivou.
Atuar nesse cenário mesmo com medo, me trouxe imensa gratidão de realmente poder contribuir. O aprendizado que tive nessa época, foi imensurável e a troca de conhecimentos e experiência, além do cooperativismo com a equipe multiprofissional, foi incrível. Era de fato o enaltecido: ESTAMOS aqui por vocês. Além disso, sinto que a relação com a família se mostrou ainda mais importante para o contexto de assistência, devido à falta de acompanhantes e visitas. Nós, como profissionais, precisávamos achar formas de contatar a família e de humanizar ainda mais a assistência.
Eu espero que logo a gente ultrapasse essa pandemia, mas essas vivências e aprendizados obtidos com cada indivíduos e suas extensões, serão eternos. A COVID-19, por ser uma condição diferente, a qual não foi abordada durante nosso processo de formação profissional, nos trouxe grandes desafios teóricos e práticos, onde foram incansáveis buscas em literaturas, protocolos e conversas com profissionais de outros municípios, estados e países, para de fato aperfeiçoar nossa prática. Esse cenário enaltece muito o abordado anteriormente, de que a pesquisa, tendo a assistência como ponto de partida onde o receptor será a assistência também, é proporcionar o cuidado com as melhores evidências científicas.
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